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HERRISSON RANZI

I. Sobre o autor

Formado em Artes Plásticas pela UDESC - Universidade do Estado de SC, é pintor, faz vidros artesanais nas horas vagas. Sua ocupação principal é como gerente de uma empresa na área comercial. Contatos com o autor pelo e-mail ana.wilinski@kbonet.com.br


II. Suas Obras


Deixa-me só

Deixai pensar que poder sem querer é não querer
Deixai pensar que poder sem querer é não querer
a singeleza de fatos ineptos - incautos atos
Deixai pensar que poder sem querer é não querer
imaculadas atitudes virtuosas e fúteis utilidades da vida
vagando pela tríade
de nossas memórias
minhas derrotas,
as vitórias

mostra-me tua colorida face oculta
luvas de porcelana te cobrem os dedos desta prosa
quão rosas esquálidas tórridas promessas hábeis trapaças da mesma virginal
perquirida face imperscrutável cor de lua nascente
teu olho, qual lapela de cílios languidos
presumido lance
um enlace
um enclave
como suave aroma de vivas orquídeas a entorpecer minha alegria
gás natural e covarde
contumaz fluído que abraça a face oculta
obumbra a alma açoitada pela noite fria da solidão
que não se acaba...

trate-me como um coitado ser, finado vivente
inusitado acontecido duma flor do amor parido
por paternas almas premeditado
aturdido
enaltecido
vivenciado...
Ter querido e sofrido juntas manhãs dominicais de paz e harmonia
(como por ela até a pouco havia) escrito estava
como promessa convertida e perspicácia abalada por ranhuras
mas sem malgrados
nem necroses
nem feridas ou rancores alhures
devo ser tratado.

alquebra-me por menos admirado
por mais que lisonjeado
por púrpuras flores de esperanças que plantei na cúpula cerâmica do futuro
pretérito menos impassivo
impaciente mérito não alcançado
semiótica celular de comunicar
com as algemas do presente
o que eu

com meus dedos arenosos se fazendo néscios
com meus ébrios consoantes invocálicos formando sintaxes inábeis
conseguira furtar-me o solo
solapar-me o siso
Esconda-me de tantos quantos te persuadirem
A furtarem-me a solitude
a soer os sinos sobre mim
como alarde, grávido de desacontecimentos,
tal qual cálidas montanhas a mover-se
sobre sólido solo árido petrificar-se
desniveladas, tensas
desencontradas linhas mordazes
a estruturar barrancos
como os da vida nesta estrada

cheia de beiras na sua flor...

da juventude
como bananas aos pés de simianos hermanos
qual simétricas e verossímeis metades
com suas caras...

máscaras e fantoches de utópicas noites bem nascidas
e dormidas
ao lado da sua eternidade
saudável memória...
de vividos dias vívidos e fúlgidos sentidos experimentados
patíbulo de muitos projetos internos

sentidos no semblante do enigma fitado no olho
do maquiavélico ogro do espelho

que, observado por mim,
contradiz-se
dilata
e tomba...